Terças Poéticas de hoje tem dobradinha música e poesia com Gilberto Mauro e Wilmar Silva

Sebastián Moreno


Nesta terça-feira, 05 de julho, o Terças Poéticas em sua 192º edição, recebe o músico Gilberto Mauro e o poeta Wilmar Silva na performance de música e poesia “A Maresia do Mundo”, em homenagem a António Ramos Rosa, na celebração de 6 anos de poesia do projeto Terças Poéticas, às 18:30 horas, nos jardins internos do Palácio das Artes, com entrada franca.

Na foto: Wilmar Silva por Sebastián Moreno

O projeto de leitura, vivência e memória de poesia Terças Poéticas, tem curadoria de Wilmar Silva – realização da Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais, parceria entre Suplemento Literário e Fundação Clóvis Salgado, apoios culturais Rádio Inconfidência e Rede Minas de Televisão.

PROJETO TERÇAS POÉTICAS 6 ANOS DE VIDA

O Projeto Terças Poéticas, desde a estréia em 05 de julho de 2005, vem realizando um trabalho de resistência poética nos jardins internos do Palácio das Artes, recebendo os mais diferentes poetas de Minas Gerais, do Brasil, e do exterior, exemplos de Ferreira Gullar no dia 08 de junho de 2010 e de Jackson Antunes no dia 12 de abril de 2011, levando aos jardins internos um público médio de 300 a 500 pessoas, como prova de que a poesia é a língua original da emoção, além de ser, por sua natureza, o patrimônio natural da humanidade. Assim, o projeto Terças Poéticas celebra a temporada 2011, terça a terça, seis anos de poesia nos jardins internos do Palácio das Artes, com a certeza de que a poesia é a utopia da vida.

CELEBRAÇÃO 6 ANOS DE VIDA
PROJETO TERÇAS POÉTICAS

Para a celebração de 6 anos de poesia nos jardins internos do Palácio das Artes, o projeto Terças Poéticas preparou uma série de apresentações, tendo a memória como matriz de diálogo entre a poesia e artes sonora e visual, a exemplo de “A Maresia do Mundo”, uma viagem à poesia de Antônio Ramos Rosa, com hiperleitura de Wilmar Silva, trilha sonora ao vivo de Gilberto Mauro e intervenções visuais com imagens do próprio poeta, performance em busca de uma poética que se diz estar viva e escrever ao sol.

MEMÓRIA AO VIVO

Mas além de “Maresia do Mundo”, performance apresentada também em Portugal, o projeto Terças Poéticas apresentará uma mostra de vídeopoemas, retirada de apresentações realizadas durante esses 6 anos de poesia nos jardins internos do Palácio das Artes, com o desejo de revelar a memória híbrida do projeto que colocou em cena a poesia de Minas Gerais em diálogo com as vozes poéticas do Brasil e do mundo, tendo como sentença de seu conceito, abrir espaço a autores da atualidade, jovens ou não, conhecidos ou não, ao lado de homenagens realizadas a poetas que constituem o memorial de nossa história. Também um registro de fotografia será exibido durante a edição de 6 anos do projeto Terças Poéticas, imagens que guardam a essência de centenas de momentos que emocionaram o público que tem comparecido ao projeto Terças Poéticas, criando nos jardins internos do Palácio das Artes uma espécie de lugar sagrado onde a poesia humaniza o sentido da vida.

LIBERDADE LIVRE

O crepúsculo de 05 de julho de 2011 do projeto Terças Poéticas terá pela primeira vez uma terça poética livre com microfone aberto ao público presente, uma surpresa que nunca aconteceu durante os 6 anos de poesia desde 05 de julho de 2005, mas se tornará também uma atitude em busca de experiências naturais entre poetas e leitores, invertendo o papel da obra de arte, que tem por natureza a função de ser obra de arte não apenas quando é criada, mas multiplicada através de espectadores que se tornam também autores.

GILBERTO MAURO
Compositor e pianista, Gilberto Mauro, faz música Instrumental. Ritmos brasileiros dos mais tradicionais e interioranos recebem novas possibilidades de leitura, se fundindo na erudição de Mauro que não dispensa o jazz, o rock e cria inúmeros matizes de cores e imagens sonoras em marcantes melodias. Música universal. Mauro para isso utiliza o piano, seu principal instrumento. Se apresenta solo ou em seu grupo completo. Compõe para todas as formações, sejam elétricas ou acústicas, instrumentais ou canções e formações orquestrais. Além de cds, compõe diversas trilhas para cinema e Teatro e criações multimídia em diálogos com outras artes. Há dois anos vem fazendo concertos na Europa, apresentações solo, concertos multimídia ou com seu grupo. Em março de 2011 se apresentou no Reino Unido, em Birmingham, no “Flatpack Festival”, com o espetáculo multimídia “Ce piá xií Catu”, para os Primeiros filmes do Humberto mauro. Cds autorias: "Canto da Estrada Aberta", 1997, "Em Busca do Urubu", 2001, “Panacea Trio”, 2004, "Seletânia", 2004, “Aurum Parapoukos”, 2006 , “Musicacha Cachaprego”, 2010.

WILMAR SILVA
Wilmar Silva, Rio Paranaíba/MG/Brasil, 1965. Poeta, performer, editor, curador, artista visual e sonoro. Autor de Arranjos de Pássaros e Flores (Asa de Papel/MG, 2011) ANU (Yerba Mala Cartonera/Bolívia, 2011), Cachaprego (Editora Multifoco/RJ, 2011), Z a zero (Anome Livros/MG, 2010), Astillas en el Lago de Púrpura (Ediciones Angeles di Fierro/República Dominicana, 2010), Yguarani (Cosmorama Edições/Portugal, 2009). Ensaísta/criador/curador do projeto de pesquisa de poesia de línguas neolatinas PORTUGUESIA MINAS ENTRE OS POVOS DA MESMA LÍNGUA, ANTROPOLOGIA DE UMA POÉTICA (Anome Livros/MG, 2009), contraantologia em livrodvd com 101 poetas de Portugal, Guiné-Bissau, Cabo Verde, Brasil (Minas Gerais). Fundador/editor da Anome Livros, prêmio Jabuti/2009. Curador do projeto de leitura, vivência e memória de poesia Terças Poéticas (Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais/Palácio das Artes/BH/MG). Diretor, roteirista e apresentador do programa Tropofonia (prêmio Roquette-Pinto/2010), rádio educativa 104,5 UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Poesia traduzida e publicada em espanhol, inglês, francês, italiano, alemão, finlândes, húngaro. Performances de poesia biosonora apresentadas no Brasil e América, Europa e África.

ANTÓNIO RAMOS ROSA

Um dos maiores poetas portugueses, António Ramos Rosa nasceu em 17 de outubro de 1924, em Faro, Portugal, e vive em Lisboa, tendo uma vasta obra poética e crítica publicada, além de traduções realizadas ao longo de sua vida. O poeta se tornou conhecido também pelos seus desenhos. Mas essencialmente a poesia fez de António Ramos Rosa um dos autores mais admirados e cultuados de todos os tempos.

Sua estréia aconteceu em 1958 com “O grito claro”, seguido de uma série de títulos publicados: “Ocupação do espaço”, 1963, “Estou vivo e escrevo sol”, 1966, “Ciclo do cavalo”, 1975, “O livro da ignorância”, 1988, “A rosa esquerda”, 1991, “O aprendiz secreto”, 2001, “Génese”, 2005, “Horizonte a ocidente”, 2007, entre outros. Além de integrar numerosas antologias e ser traduzido a várias línguas, António Ramos Rosa tem recebido prêmios em Portugal e no exterior, como o “Prémio de Poesia do PEN Clube”, 1980, e o “Prémio Pessoa”, 1988. O poeta e curador do projeto Terças Poéticas, Wilmar Silva, e o músico e compositor Gilberto Mauro farão “A Maresia do Mundo”, em homenagem a António Ramos Rosa, com leituras dos Ciclos da Resistência e da Natureza, acompanhados pelos desenhos sonoros em diálogo entre o piano de Gilberto Mauro e a voz de Wilmar Silva.

O projeto Terças Poéticas volta aos jardins internos do Palácio das Artes no dia 02 de agosto de 2011.

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